Do laboratório ao skincare: por que os canabinoides estão ganhando a cosmética?
					Os canabinoides extrapolaram as paredes dos laboratórios de farmacologia e estão ganhando espaço nas prateleiras de beleza. O que antes parecia uma tendência passageira hoje é uma das áreas mais promissoras da pesquisa dermatológica. Mas, afinal, o que há de científico nessa história? E por que substâncias como o CBD e o CBG estão despertando tanto interesse no cuidado com a pele?

A pele também tem um Sistema Endocanabinoide
O que poucos sabem é que a pele humana possui um Sistema Endocanabinoide cutâneo, composto por receptores CB1 e CB2, enzimas e endocanabinoides como anandamida e 2-AG.
Esse sistema participa da regulação de funções fundamentais, como produção de sebo, proliferação celular, resposta imunológica e inflamação. Quando há desequilíbrio nesse eixo, podem surgir acne, psoríase, dermatite atópica e envelhecimento precoce.
É nesse contexto que entram os fitocanabinoides da Cannabis sativa, como o CBD (canabidiol), o CBG (canabigerol) e o mais recente CBGD (cannabizetol), compostos com potencial de modular essas vias e promover equilíbrio da pele.
O que a ciência já sabe
Pesquisas recentes mostram que o CBD tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e sebostáticas, reduzindo a hiperprodução de sebo e acalmando processos inflamatórios.
Já o CBG, considerado o “canabinoide-mãe”, atua na renovação celular e cicatrização, além de modular citocinas inflamatórias como IL-6 e TNF-α.
Esses efeitos tornam os canabinoides candidatos naturais a ativos cosméticos multifuncionais, capazes de agir tanto em condições inflamatórias quanto em protocolos de regeneração e rejuvenescimento.
Um estudo publicado no Journal of Natural Products em 2025 destacou ainda o cannabizetol (CBGD) como uma nova molécula promissora. Ele demonstrou inibir a via de NF-κB e reduzir significativamente a liberação de IL-8 em queratinócitos humanos, uma descoberta que pode abrir caminho para tratamentos mais específicos e seguros contra inflamações cutâneas.
Da farmácia à rotina de skincare
Hoje, marcas farmacêuticas e dermocosméticas de ponta já exploram canabinoides em formulações para rosácea, acne, dermatite atópica e envelhecimento da pele. Os produtos variam entre cremes, séruns e loções tópicas, com foco em propriedades calmantes, hidratantes e regeneradoras.
No entanto, a regulamentação ainda é um desafio. Mesmo assim, o avanço da pesquisa científica e o crescente interesse do público indicam que os canabinoides estão se consolidando como ativos dermatológicos de nova geração, com base molecular sólida e benefícios clínicos observáveis.
Um novo olhar sobre o bem-estar da pele
Mais do que tratar sintomas, os canabinoides parecem atuar em nível celular e homeostático, ajudando a restaurar o equilíbrio natural da pele. Essa nova abordagem – científica, natural e multifuncional – reflete a tendência global de unir tecnologia, biologia e sustentabilidade no cuidado pessoal.
Como a Cannabis sativa continua revelando novas moléculas, como o CBGD, o futuro da dermatologia pode estar mais verde (e mais biotecnológico) do que nunca.
Nova geração de ativos dermatológicos
O uso de canabinoides na dermatologia ilustra o avanço da ciência translacional, que transforma descobertas de bancada em soluções clínicas e cosméticas reais. Se antes o CBD era o protagonista, agora o palco se abre para uma diversidade de compostos que, juntos, ampliam as possibilidades terapêuticas e cosméticas da Cannabis sativa.
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Referências científicas
		
				
				
				
				
				
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