Laboratório espacial: cientista brasileiro revela preparativos para estudos inéditos fora da Terra
O cientista brasileiro Alysson Muotri está se preparando para uma jornada extraordinária: estabelecer um laboratório de células-tronco e organoides cerebrais na Estação Espacial Internacional (ISS). Em entrevista exclusiva, o cientista Muotri compartilhou detalhes sobre essa missão espacial inovadora e os desafios que enfrentará para realizar estudos inéditos em microgravidade.
Aceleração do envelhecimento em microgravidade
A motivação por trás dessa empreitada pioneira reside na busca por acelerar o desenvolvimento e o envelhecimento de organoides cerebrais. “Observamos que, ao manter essas estruturas em microgravidade na estação espacial, o envelhecimento é acelerado em escalas muito maiores do que na Terra”, explicou Muotri.
“Um mês no espaço equivale a cerca de 10 anos de envelhecimento terrestre.”
Essa descoberta, portanto, abre portas para pesquisas sobre doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, e, consequentemente, o desenvolvimento de terapias mais eficazes.
Do cientista ao astronauta
No entanto, essa missão vai além da ciência. Pela primeira vez, um cientista brasileiro será treinado como astronauta para conduzir seus próprios experimentos no espaço.
“É um modelo inverso. Em vez de um astronauta se especializar em ciência, estamos transformando um cientista em astronauta.”, disse Muotri.
Desafios do treinamento espacial
O treinamento envolve duas etapas principais: preparação física e mental, e adaptação às atividades em microgravidade.
A primeira etapa inclui condicionamento físico para suportar a perda de massa muscular e densidade óssea, bem como treinamento psicológico para lidar com o confinamento e o estresse. Por outro lado, a segunda etapa visa adaptar os procedimentos experimentais à ausência de gravidade, o que, por sua vez, exige um treinamento minucioso para automatizar cada passo. Em suma, o treinamento é abrangente e desafiador, preparando Muotri para os desafios únicos da pesquisa em microgravidade.
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Responsabilidades
Apesar dos desafios, Muotri se mostra confiante e ansioso. “Não tenho medo, conheço a equipe e já trabalho com ciência no espaço há algum tempo”, afirmou.
“Mas há uma ansiedade, pois os experimentos que faremos têm um impacto enorme para a humanidade. Não estamos indo lá para tirar fotos, mas para buscar soluções que melhorem a vida de milhões de pessoas na Terra.”
O futuro da pesquisa espacial brasileira
A missão de Alysson Muotri representa um marco na história da ciência brasileira e abre caminho para novas pesquisas espaciais. Com o apoio da NASA e de outras organizações, o laboratório na ISS promete revolucionar o estudo do cérebro humano e impulsionar o desenvolvimento de terapias para doenças neurodegenerativas. A jornada de Muotri, do cientista ao astronauta, portanto, inspira futuras gerações de pesquisadores e, além disso, reforça o papel do Brasil na ciência espacial.
A entrevista completa esta no canal do You tube .
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