Conversa de especialista: a jornada inédita do cientista brasileiro Alysson Muotri com minicérebros e canabinoides
Alysson Muotri, neurocientista renomado, está revolucionando a pesquisa sobre o cérebro humano com o uso de minicérebros e canabinoides. Em uma entrevista exclusiva para a Endopure Academy, disponível no canal do YouTube, o cientista compartilha como sua equipe está criando esses organoides cerebrais em laboratório a partir de células-tronco. Essa inovação abre um universo de possibilidades para entender o desenvolvimento neural, doenças como o autismo e até mesmo a inteligência artificial.
O poder dos organoides cerebrais
“Não existe uma forma de estudar o cérebro humano [vivo]”, afirma Muotri, destacando a importância dos organoides cerebrais como modelos tridimensionais que mimetizam o cérebro em desenvolvimento. Além disso, essa tecnologia permite estudar o cérebro em detalhes sem a necessidade de modelos animais ou tecidos post-mortem, os quais apresentam limitações significativas.
Com os organoides, Muotri e sua equipe podem:
- Investigar o autismo: “Eu consigo usar esse modelo para comparar o cérebro, por exemplo, de um autista com o cérebro de uma criança típica e entendendo como esse cérebro funciona”, explica Muotri, ressaltando o potencial dos organoides para desvendar os mecanismos por trás do autismo e identificar potenciais alvos terapêuticos.
- Acelerar o desenvolvimento de medicamentos: “A gente já começa a observar um impacto muito grande no aceleramento da área pré-clínica”, afirma Muotri. Ele explica como os organoides permitem testar a eficácia e a segurança de novas drogas em um modelo humano, acelerando o processo de pesquisa e desenvolvimento de tratamentos para diversas condições neurológicas.
- Inspirar a inteligência artificial: “A gente está usando o conhecimento do cérebro de formar redes neurais complexas para escrever algoritmos de Inteligência Artificial que sejam mais humanizados”, revela Muotri. Para o cientista, a pesquisa com organoides pode impactar a criação de IA mais eficientes e humanizadas.
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Canabinoides e o cérebro humano
Além disso, Muotri também destaca o potencial dos canabinoides, como o CBD, no tratamento de condições neurológicas.
“A gente está abrindo novas perspectivas até de aplicações clínicas”, afirma o cientista.
Os organoides cerebrais permitem entender como substâncias interagem com o cérebro, abrindo assim novas perspectivas para terapias personalizadas.
A próxima fronteira: o espaço sideral
Em uma iniciativa inédita, Muotri e sua equipe planejam enviar organoides cerebrais para a estação espacial internacional.
“A ideia é que a gente monte um laboratório de célula tronco e organoides cerebrais na estação espacial”, revela Muotri, explicando que o objetivo é estudar como a microgravidade afeta o desenvolvimento e envelhecimento do cérebro, com potencial para desvendar os mistérios de doenças como Alzheimer e Parkinson.
Impacto em diversas áreas
A pesquisa de Muotri não se limita à medicina. De fato, seus avanços têm potencial para impactar diversas áreas, abrangendo desde a inteligência artificial até mesmo a compreensão da própria evolução humana.
“A pesquisa com o uso de organoides cerebrais permite com que a gente entenda os mecanismos de ação dos canabinoides e do canabidiol em diferentes aplicações“, conclui Muotri, enfatizando o amplo impacto de sua pesquisa.
Confira a entrevista completa no canal do YouTube da Endopure Academy e acompanhe as últimas descobertas de Alysson Muotri!
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