Especialistas em neurologia infantil falam sobre o canabidiol no tratamento do autismo e epilepsia

Em uma entrevista exclusiva para o blog da Endopure Academy, os médicos Thiago Gusmão e Deborah Kerches, especialistas em neurologia infantil, compartilharam suas valiosas percepções sobre o uso do canabidiol (CBD) no tratamento de crianças e jovens com transtorno do espectro autista (TEA) e epilepsia. Além disso, abordaram os desafios e benefícios desse tratamento.

Entrevista com os neurologistas pediatras Thiago Gusmão e Deborah Kerches sobre canabidiol e autismo

Neurologia infantil: uma abordagem ampla

Thiago Gusmão inicia a conversa enfatizando a amplitude da neurologia infantil, uma especialidade médica que se dedica a acompanhar de perto todos os transtornos e atrasos do neurodesenvolvimento.

“A neurologia infantil é uma especialização que foca em todos os transtornos e atrasos do neurodesenvolvimento, desde a gestação até os 18 anos. Acompanhamos não só a parte motora, mas também a cognitiva, intelectual, a linguagem, em todas as fases da vida da criança e do adolescente.”

Portanto, a neurologia infantil desempenha um papel crucial na identificação e no tratamento de questões que afetam o desenvolvimento neurológico, proporcionando um acompanhamento integral e personalizado ao longo da infância e da adolescência.

TEA e epilepsia: uma relação complexa

Deborah Kerches enfatizou a forte associação entre TEA e epilepsia:

“Nos especializamos em transtornos do neurodesenvolvimento, especialmente o espectro do autismo. O TEA e a epilepsia estão muito associados. Sabemos que no autismo pode haver um risco maior de epilepsia, e temos algumas síndromes e encefalopatias epilépticas que cursam com comportamento autista.”

Canabidiol: uma ferramenta valiosa

Thiago Gusmão explicou como o CBD se tornou parte de sua prática clínica:

“No transtorno do espectro autista, de 19 a 33% dos pacientes têm epilepsia, muitas vezes de difícil controle. A liberação do CBD pela FDA para o tratamento da epilepsia foi a nossa entrada nesse campo. O CBD se mostrou especialmente útil nos casos severos, refratários a outros tratamentos, que muitas vezes cursam com epilepsia.”

Complementando a discussão, Deborah Kerches destaca o impacto do CBD no comportamento principalmente por causa de uma melhora no comportamento.

“Em crianças com TEA e epilepsia refratária, o CBD pode levar a uma redução das crises e, consequentemente, a uma melhora no comportamento. Observamos respostas no comportamento com o tratamento da epilepsia.”

Portanto, o CBD se mostra uma promissora opção terapêutica para crianças com TEA e epilepsia refratária.

Autismo: além da medicação

Tanto Thiago Gusmão quanto Deborah Kerches concordam que o tratamento do autismo não se limita apenas à medicação.

“O tratamento no espectro do autismo são intervenções comportamentais. As medicações, seja canabidiol ou as demais, são para tratar comorbidades.” (Deborah Kerches)

“Somente a neurologia de base não completa o transtorno do espectro autista. A análise funcional do comportamento é fundamental para entender e modificar comportamentos.” (Thiago Gusmão)

Além disso, o apoio familiar e a inclusão social desempenham um papel crucial no desenvolvimento e bem-estar das pessoas com autismo. Portanto, o tratamento do autismo deve ser abrangente e individualizado, considerando as necessidades específicas de cada pessoa e promovendo sua autonomia e qualidade de vida.

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Qualidade de vida: o objetivo final

O foco principal do tratamento, segundo os especialistas, é a qualidade de vida:

“O que buscamos no tratamento do espectro do autismo é a qualidade de vida. Queremos que eles sejam o mais funcional possível.” (Deborah Kerches)

“Quando reduzimos ou eliminamos as crises epilépticas, estamos lidando com qualidade de vida, funcionalidade e bem-estar, tanto da criança como da família.” (Thiago Gusmão)

A Importância da ciência e da individualização

Thiago Gusmão finalizou a entrevista ressaltando a importância de se basear em evidências científicas e individualizar o tratamento:

“Busque cientificamente o que está comprovado, avalie e estude o que é melhor para o seu paciente. Juntando a ciência com a melhor qualidade do produto e individualizando o tratamento, levamos qualidade de vida ao paciente e à família.”

Em suma, a entrevista com os médicos Thiago Gusmão e Deborah Kerches lança luz sobre o complexo cenário do tratamento do TEA e da epilepsia, destacando o papel promissor do CBD como ferramenta terapêutica e a importância de uma abordagem individualizada e baseada em evidências.

Este artigo é baseado em uma entrevista e contém informações sobre TEA, epilepsia e CBD refletem o conhecimento médico.

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