Baixo de cânhamo: os bastidores da criação, o primeiro show e o impacto na indústria da música
Luis Mauricio, baixista da banda Natiruts, inova ao criar instrumentos musicais com fibra de cânhamo e defende o potencial para a indústria e a sociedade.
Em um movimento que une música e ativismo, Luis Mauricio, baixista da renomada banda brasileira Natiruts, criou um baixo utilizando fibra de cânhamo, material sustentável e inovador para indústria musical. A iniciativa busca não apenas promover o uso versátil dessa planta, mas também amplificar o debate sobre sua legalização e potencial para diversas áreas da indústria e da sociedade.
A inspiração e os desafios:
A motivação por trás dessa criação, segundo o músico, é dar visibilidade ao cânhamo como uma alternativa viável e ecológica. “A ideia era mostrar o multiuso da fibra dessa planta maravilhosa”, afirma Luis Mauricio. No entanto, o caminho não foi sem obstáculos. O maior desafio, de acordo com ele, foi a obtenção da matéria-prima, já que o cultivo do cânhamo ainda não é permitido no Brasil.
O som da sustentabilidade:
O resultado, porém, superou as expectativas. O baixista descreve o som do instrumento como “incrível, muito bom e similar aos melhores instrumentos feitos com madeira da melhor qualidade”. A experiência de tocar o baixo de cânhamo em grandes shows, como os realizados no Allianz Parque em São Paulo, foi marcante.
“Foram quase 200 mil pessoas conhecendo o som e as possibilidades do uso dessa fibra. Foi um sonho realizado!”, comemora.
Revolução verde na indústria da música:
Luis Mauricio acredita que o cânhamo tem potencial para revolucionar a indústria de instrumentos musicais e diversos outros setores. “A palavra é sustentabilidade”, destaca, ressaltando o ciclo curto da planta, sua capacidade de regenerar o solo e capturar CO2. Ele visualiza um futuro promissor para o Brasil, com a geração de empregos e receitas que poderiam ser investidas em áreas como educação e saúde.
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Música como instrumento de mudança:
Além da inovação musical, o baixo de cânhamo carrega uma mensagem poderosa. Para Luis Mauricio, o instrumento representa
“o abre-alas para o avanço das pautas do uso medicinal da cannabis, da utilização da fibra na indústria, na reparação e justiça social para uma população, em sua maioria, pretos e pobres que sofrem com o encarceramento em massa por porte de uma quantidade ínfima dessa planta”.
O futuro do cânhamo:
Com a criação do baixo de cânhamo, Luis Mauricio espera inspirar outros músicos e a sociedade em geral a repensar o potencial dessa planta. Ele defende a importância da divulgação de informações corretas e embasadas cientificamente sobre o cânhamo, a fim de desmistificar preconceitos e promover um debate mais amplo sobre seus benefícios.
A iniciativa do baixista da Natiruts demonstra que a música pode ser, sem dúvida, um poderoso instrumento de transformação social e ambiental. Além disso, ao unir criatividade, sustentabilidade e ativismo, Luis Mauricio nos convida a refletir sobre o futuro que queremos construir e o papel que cada um de nós pode desempenhar nessa jornada.
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